Indicadores da Indústria de Café | 2010

O aumento do consumo em 2010

O consumo interno brasileiro de café continua crescendo. No período compreendido entre Novembro/2009 e Outubro/2010 a ABIC registrou o consumo de 19,13 milhões de sacas, isto representando um acréscimo de 4,03% em relação ao período anterior correspondente (Nov/08 a Out/09), que havia sido de 18,39 milhões de sacas.

Esse resultado mostra que o País ampliou seu consumo interno de café em 740 mil sacas nos 12 meses considerados.  As empresas associadas da ABIC, que participam com 68,4% do café torrado e moído industrializado produzido, mostraram uma evolução mais significativa, de 5,93% em relação a 2009 – o que confirma as expectativas iniciais da ABIC, que eram de um crescimento de 5%, levando em conta a recuperação da economia brasileira.

O consumo doméstico, predominantemente de cafés do tipo Tradicional, tanto quanto o consumo fora do lar, onde predominam os cafés Superiores e Gourmet, apresentaram taxas de crescimento positivas. Maiores investimentos em produtos e no marketing interno do café impulsionaram as vendas das marcas mais conhecidas. Mensalmente, novas marcas de cafés especiais são lançadas, fazendo com que o mercado apresente uma oferta muito significativa de produtos de alta qualidade para os consumidores brasileiros. A ABIC estima que este segmento de cafés diferenciados, embora represente a menor parte do consumo, continue apresentando taxas de crescimento de 15% a 20% ao ano.

Já o consumo per capita foi de 6,02 kg de café em grão cru ou 4,81 kg de café torrado, quase 81 litros para cada brasileiro por ano, registrando uma evolução de 3,5% em relação ao período anterior.  Os brasileiros estão consumindo mais xícaras de café por dia e diversificando as formas da bebida durante o dia, adicionando ao café filtrado consumido nos lares, também os cafés expressos, cappuccinos e outras combinações com leite.

Esse consumo de 4,81 kg / ano supera o de 1965, que foi de 4,72 kg / hab/ano, tornando-se o maior consumo já registrado, um verdadeiro recorde.

Este resultado aproxima o consumo per capita brasileiro ao da Alemanha (5,86 kg/hab.ano) e já supera os índices da Itália e da França, que são grandes consumidores de café. Os campeões de consumo, entretanto, ainda são os países nórdicos – Finlândia, Noruega, Dinamarca – com um volume próximo dos 13 kg/por habitante/ano.

A melhora da qualidade pode ser apontada como uma das razões que justificam o aumento do consumo interno. A importância disto está no fato de que a ABIC, ao lançar o Programa do Selo de Pureza, em 1989, anunciou que pretendia reverter a queda no consumo de café que havia à época, por meio da oferta de melhor qualidade ao consumidor. O Selo de Pureza foi o primeiro programa setorial de certificação de qualidade em alimentos no Brasil. Atualmente ele certifica 1.082 marcas de café e já realizou mais de 51.000 análises laboratoriais nesses 21 anos de existência.

Em 2004, a ABIC criou o Programa de Qualidade do Café – PQC, que hoje é o maior e mais abrangente programa de qualidade e certificação para café torrado e moído, em todo o mundo. O PQC certifica e monitora 490 marcas de café, sendo que 105 são de cafés Gourmet, de alta qualidade.

Ambos os programas têm servido como importante ferramenta para estimular a produção e a oferta de cafés de melhor qualidade para os consumidores brasileiros. E eles já reconhecem a melhora da qualidade do café que lhes tem sido oferecido e comemoram tomando mais xícaras a cada dia!

 

A meta de 21 milhões de sacas por ano poderá ser atingida em 2012

A meta da ABIC para o consumo interno atingir 21 milhões de sacas, proposta em 2004, parece que poderá ser atingida em 2012. Com a economia brasileira sendo impulsionada em 2011 e as boas previsões que se fazem para o crescimento do PIB, do consumo das classes C, D e E, mais a previsão de que as classes A e B poderão crescer 50% ate 2015, é natural que o consumo do café siga crescendo.

Assim, o limite desafiador de 21 milhões de sacas poderá ser atingido em 2012, desde que a evolução se mantenha em, pelo menos, 5% ao ano. Com isso, o Brasil passará a ser o maior país consumidor de café, superando a tradicional liderança dos Estados Unidos.

Expectativas para 2011

Para 2011 a ABIC projeta um crescimento de 5,0% em volume, o que elevaria o consumo para 20,27 milhões de sacas. Pesquisas permanentes mostram que o produto manteve preços estáveis para os consumidores nos últimos 4 anos.  Entretanto, em Janeiro/2010, em média, o café custava R$ 10,39/kg nos supermercados, enquanto em Dezembro/2010, o preço era de R$ 11,12/kg, tendo havido uma evolução de 7,0%, acima da inflação do período. O café continua sendo um produto muito acessível aos consumidores, mesmo nas categorias de maior qualidade e mais valor agregado, como os cafés Superiores e Gourmet.

As vendas do setor em 2010 podem ter atingido R$ 7,0 bilhões e espera-se que cheguem a R$ 7,5 bilhões em 2011.

Em 2011, a ABIC vai continuar a estimular o aumento do consumo geral e a oferta de cafés diferenciados, ampliando a adesão das empresas aos seus diversos programas de qualidade e certificação, como o Selo de Pureza, o PQC – Programa de Qualidade do Café, o PCS – Cafés Sustentáveis do Brasil, entre outros.

A concentração aumenta no setor

A pesquisa constatou que a concentração do setor vem se acentuando. A Tabela 4 indica que as 10 maiores empresas concentram 75,28% da produção total das empresas associadas da ABIC, contra 72,90% na pesquisa anterior.

Enquanto isto, as 336 menores empresas tiveram sua participação quase estabilizada e ao nível de 7,07% da produção total das associadas.

Analisadas por grupos e portes, as empresas mostraram um desempenho muito distinto, com as maiores crescendo acentuadamente e as menores estáveis ou decrescendo.

Almir José da Silva Filho
Presidente 

Natal Martins
Área de Pesquisas e Informações


Relação das 100 maiores Indústrias de Café Associadas da ABIC em 2010

Outubro/2010

100 maiores 2010

wdt_ID Classificação Atual UF EMPRESA
1 1 SP SARA LEE CAFES DO BRASIL LTDA.
2 2 CE TRES CORAÇOES ALIMENTOS S.A
3 3 SP MELITTA DO BRASIL IND. E COM. LTDA.
4 4 SE INDS. ALIMENTS. MARATA LTDA.
5 5 SP CIA. CACIQUE DE CAFE SOLUVEL
6 6 SP MITSUI ALIMENTOS LTDA.
7 7 MG CAFE BOM DIA LTDA.
8 8 PB SAO BRAZ S/A IND. E COM. DE ALIMENTOS
9 9 PR ODEBRECHT – COM. E IND. DE CAFE LTDA.
10 10 MG VELOSO E TAVARES IND. DE ALIMS. LTDA
Classificação Atual UF EMPRESA

Produção e participação por Grupos e Portes de Empresas Associadas a ABIC – Brasil

Outubro/2010
GRUPO 2009 / 2010
VOLUME MENSAL (SACAS) PARTICIPAÇÃO (%) Núm. Empresas
TOTAL 1.029.229 100,00% 406
1 – 999 sacas 72.718 7,07% 336
1000 – 2999 sacas 51.781 5,03% 31
3000 – 9999 sacas 147.430 14,32% 31
Acima de 10000 sacas 757.300 73,58% 8
Período de produção considerado: 2009 / 2010 – nov/09 a out/10 Considerado somente café torrado e moído (entre associadas da ABIC)

Evolução do consumo interno de café

Outubro/2010
 Categoria Ano anterior Ano atual Crescimento
(Nov/08 a Out/09) (Nov/09 a Out/10) %
Empresas associadas 11659750 12350750 5,926335311
Empresas não-associadas 3758590 3758590
Total de empresas cadastradas 15418350 16109340 4,481648264
Consumo não cadastrado 1953260 1953260
Total geral de café torrado e moído 17371600 18062600 3,977733613
Empresas de café solúvel (1) 1018300 1069240 5
Total nacional de consumo de café 18389920 19131830 4,034340399
Consumo per-capita: café em grão cru 5,807618995 6,01842263
Consumo per-capita: café torrado e moído 4,646095196 4,814738104
Fonte: ABIC (1) Fonte: mercado Sacas de café (60 kg)
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