O consumo de café no Brasil mostrou um leve acréscimo em 2015. A recuperação de +1,24% em 2014, atingindo 20,333 milhões de sacas, foi seguida de um novo aumento de 0,86% nos doze meses compreendidos entre Novembro/2014 e Outubro/2015, completando 20,508 milhões de sacas.
O consumo per capita também aumentou ligeiramente, passando a 4,90 kg/habitante.ano de café torrado e moído (6,12 kg de café verde em grão), o equivalente a 81 litros/habitante.ano.
Enquanto o consumo total registrou aumento médio de 0,86%, o volume exclusivo das empresas associadas da ABIC, acusou o crescimento de 1,33%.
O cenário do agronegócio mostra que, sob o efeito da seca e das altas temperaturas no Espírito Santo – que resultaram numa previsão de quebra da segunda safra seguida – as cotações mundiais e internas do grão se elevaram acentuadamente. O dólar valorizado está tornando o grão brasileiro ainda mais competitivo e ampliando as exportações, inclusive do conilon. Sendo matéria-prima importante para a indústria de café, os altos preços do conilon aumentaram o custo do blend, pressionado os preços do café industrializado para os consumidores.
O café arábica tipo 6 aumentou em media 2,7%, para R$ 503,00/saca em Dezembro/2015, enquanto o café conilon variou 26,8%, para R$ 361,00/saca, no ano (dados do Informe Estatístico, do DCAF-MAPA).
Enquanto isto, segundo pesquisas na cidade de São Paulo, de Janeiro a Dezembro/2015, os preços dos cafés Tradicionais, nas prateleiras do varejo, subiram 16,1%, para R$ 16,17/kg, enquanto os cafés Gourmet aumentaram 0,3%, alcançando R$ 48,66/kg em média.
A diferença dos índices de variação entre matéria-prima e o produto final, evidencia que a indústria chegou ao final de 2015 com seus custos muito pressionados. Reajustes nos combustíveis, energia elétrica, gás, câmbio e mão de obra continuarão a pressionar os custos da indústria neste início de 2016.
O consumidor brasileiro não reduziu o consumo de café no ano 2015, mesmo diante da crise. Segundo pesquisa da ABIC com empresas associadas, feita em final de Outubro/2015, existiam as seguintes expectativas para 2016:
A pesquisa da Euromonitor contratada pela ABIC, continua mostrando uma elevada penetração do café entre os consumidores. Mais de 80% dos lares pesquisados tem café. Diante da crise, o comportamento dos consumidores tem variado com relação às marcas e tipos de café:
O ritmo de crescimento do consumo interno leva a ABIC a reforçar a sua tese de que é preciso estimular a demanda de café investindo muito mais em marketing, publicidade, diferenciação e inovação de produtos. O comportamento dos consumidores tem sido o de ampliar a experimentação e valorizar os produtos com melhor qualidade, certificados e sustentáveis. A publicidade institucional deve servir para orientar, educar e difundir conhecimentos sobre café e suas qualidades.
Dessa forma, a entidade desenvolveu uma campanha de marketing em 2015, investindo cerca de R$ 2 milhões de seus próprios recursos, para enfatizar a importância da pureza e da qualidade, com destaque para o Selo de Pureza, que é um programa de Autorregulamentação que vai completar 27 anos. A pesquisa mostrou que 48% dos consumidores entrevistados declaram que conhecem o Selo de Pureza e 78% consideram o trabalho da ABIC muito importante para estimular o consumo e a qualidade do café.
Agora, a ABIC também esta debruçada na elaboração de iniciativas que destaquem os atributos do café e os seus benefícios para a saúde, energia e bem-estar, que serão os princípios a explorar, neste período pré-Olimpíadas e posteriores, de modo a criar uma relação estreita entre a vida saudável, com a energia e o prazer que o consumo de café propicia. Os resultados dessas ações seriam positivos para todos os setores.
O consumo de café em monodoses, seja na forma de cafés expressos, seja em sachês ou em cápsulas, está crescendo acentuadamente. Segundo a EUROMONITOR, as vendas em valor das cápsulas em 2015 alcançaram R$ 1,4 bilhão, com estimativa de que atinjam R$ 2,96 bilhões em 2019. O consumo de cápsulas continuará concentrado em casa e o alto preço fora de casa é a principal razão para a queda do consumo neste segmento.
As pessoas têm procurado diferentes variações como os cafés gourmet, existindo uma consistente evolução para atender aqueles mais atentos à diferenciação de regiões, sabores, certificações, entre outros.
A ABIC estima que o consumo de café volte a crescer moderadamente em 2016, devido ao atual cenário político-econômico, alcançando os 21 milhões de sacas no ano. A diversidade de produtos oferecidos, com maior qualidade, muitos deles certificados pelo PQC – Programa de Qualidade do Café da ABIC, e sustentáveis, têm mantido o interesse dos consumidores.
Grandes marcas e marcas regionais ou locais, nas grandes cidades e diversas regiões, principalmente Nordeste e Centro Oeste, são responsáveis pela reconhecida melhoria da qualidade do café desde os produtos para o dia-a-dia, Tradicionais, Fortes e Extra Fortes, até os cafés Gourmet. Os cafés Superiores aparecem como alternativa para aqueles que desejam mais qualidade sem pagar preços muito elevados. A resposta dos consumidores vira com mais consumo. Selo de Pureza e Qualidade e benefícios do café a saúde, serão foco da comunicação institucional da ABIC em 2016.
Ricardo de Sousa Silveira
Presidente em exercício da ABIC
Outubro/2015 – Fonte: ABIC
wdt_ID | Classificação Atual | UF | EMPRESA |
---|---|---|---|
1 | 1 | MG | CAFE TRES CORAÇÕES S/A |
2 | 2 | SP | D. E. CAFE S DO BRASIL LTDA |
3 | 3 | SE | INDS. ALIMENTS. MARATA LTDA. |
4 | 4 | SP | MELITTA DO BRASIL IND. E COM. LTDA. |
5 | 5 | SP | MITSUI ALIMENTOS LTDA. |
6 | 6 | SP | CIA. CACIQUE DE CAFE SOLUVEL |
7 | 7 | MG | CAFE BOM DIA LTDA. |
8 | 8 | PB | SAO BRAZ S/A IND. E COM. DE ALIMENTOS S.A |
9 | 9 | SP | CAFE PACAEMBU LTDA. |
10 | 10 | MG | FOODS IND. E COM. LTDA |
Classificação Atual | UF | EMPRESA |
TOTAL | 1.109.319 | 100,00% | 406 |
GRUPO | 2014 / 2015 | ||
VOLUME MENSAL (SACAS) | PARTICIPAÇÃO (%) | Núm. Empresas | |
1 – 999 sacas | 79.058 | 7,13% | 335 |
1000 – 2999 sacas | 64.517 | 5,82% | 34 |
3000 – 9999 sacas | 154.343 | 13,91% | 28 |
A partir de 10000 sacas | 811.401 | 73,14% | 9 |